Novo livro de Manuel Gusmão, um dos nomes mais importantes da poesia portuguesa contemporânea (e que a APE veio reconhecer ao galardoar o seu anterior livro, 'Teatros do Tempo' com o Grande Prémio de Poesia. O mesmo livro receberia ainda o Prémio da Fundação Luís Miguel Nava).
CRÍTICAS DE IMPRENSA:
"(...) um dos melhores e mais impresionantes livros de poesia portuguesa dos últimos anos."
Vasco Graça Moura, Mil Folhas (Público), 02 de Janeiro de 2005
"Um extraordinário livro de poesia, denso, empenhado, lírico, violento, desesperado, de uma invenção verbal permanente, e de uma maleabilidade sintáctica impressionante."
Eduardo Prado Coelho, In Mil Folhas (Público), 02 de Janeiro de 2005
"Esta é uma poesia do excesso, da vertigem, que tanto constrói densas simbologias ("a rosa") como se entrega à correnteza musical de uma "canção". Não é decisivo "decifrar" toda a complexidade inconsútil deste texto: por um lado, existem, ainda assim, abundantes referências; por outro lado, a linguagem de Gusmão é de tal modo magnífica que é possível vermos os poemas como uma experiência pura, semelhante a uma estética da música ou da pintura abstracta.
[...]A "migração" do "fogo" [...] concentra esse sentido colectivo e pessoal de um mundo em desagregação que através de "um realejo de palavras roucas" é capaz de um fôlego magnífico e sumamente fascinante: "(...) Não esqueças / esses corpos músicos; essas derradeiras luzes que a dança desenha / na luz do fim. E quando a sombra canta e se erguem as dunas / em frente do mar e o mar em frente das cidades calcinadas / não as esqueças: são as sombras da música; são elas / que escrevem e movem as vozes, o corpo de água desta terra / última. Desta terra imperdoável e que não pede perdão (...)""
Pedro Mexia, Diário de Notícias