Ninguém duvida de que a comunicação não verbal, seja ela expressa através da arte, de jogos ou de pequenos e grandes gestos, possa moldar os indivíduos de modo decisivo e até terapêutico. As comunidades e os países, porém, parecem-nos ser menos suscetíveis a influências deste género. Contudo, bastar-nos-ia passar os olhos pela história para descobrirmos exemplos da força da comunicação não verbal, capaz de mudar, mobilizar, apaziguar e redimir povos e nações. Esse foi o efeito da 7.ª sinfonia de Chostakovitch que, em pleno cerco nazi à ex-Leninegrado, conseguiu inflamar a resistência soviética e funcionar como arma de propaganda. Refletir sobre o poder da expressão não verbal a nível social é justamente o propósito desta obra que, ao invés de nos impor respostas, nos alicia mediante a análise de várias questões. Por um lado, procura-se saber até que ponto os Estados se dão conta do impacto da comunicação não verbal e, ao mesmo tempo, determinar se esta forma de comunicação detém, de facto, propriedades catárticas e curativas no que toca à vida das coletividades e dos países.