Estamos em Janeiro de 1895 e a peça de Henry James, Guy Domville, a partir da qual ele pensava fazer uma fortuna, foi um falhanço no palco de Londres, vaiada na presença do próprio autor. O Mestre abre com este acontecimento desastroso e acompanha Henry James nos seus cinco anos seguintes, até Outubro de 1899, um período delicado para o escritor, retirado para um exílio emocional. O Mestre compõe um retrato de Henry James como um escritor dividido entre a necessidade profunda de isolamento e privacidade e o talento de observador da comédia humana, com uma capacidade notável de explorar subtilezas dos relacionamentos sociais e amorosos - características que fizeram dele um dos escritores mais refinados de todos os tempos. Colm Tóibín preserva a aura de mistério que cerca a biografia de Henry James, especialmente da sua vida privada, transformando o escritor americano numa personagem fascinante para aqueles que desconhecem a sua obra e ainda mais admirável aos que já tiveram o privilégio de ler alguns dos seus 21 romances e mais de 100 contos e novelas. Estamos perante o romance mais ambicioso e comovente de Colm Tóibín até agora, onde explora a solidão e tristeza de um homem que nunca chegou a resolver a sua identidade sexual, e cujas tentativas de intimidade inevitavelmente o desiludiram a ele e àqueles que tentou amar.