«Quando eu era pequena, a minha mãe costumava ler-me um livro de um escritor francês muito famoso. Eu nem sempre compreendia bem o que ela lia, mas algumas das frases ficavam a dar voltas na minha cabeça. (…) Havia uma, contudo, que dava mais voltas do que as outras (…) Era assim: "Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos." Eu ficava a cismar nesta frase (…) O coração não tinha olhos! (…) Esta inquietação não me largava. Como é que se via com o coração? E se era mesmo verdade que o olhar do coração era o mais importante, então, era preciso tratar dele com cuidado. Mas como? Desejava tanto encontrar uma maneira de consertar corações com olhares doentes!»