A inegável riqueza da música africana, não se esgota nos palcos dos grandes festivais de Músicas do
Mundo pelos 4 cantos do globo, nem nas novas canções da “moda” de cariz africano.
Facto é, que a música africana, tem vindo em crescendo a somar novos adeptos e a conquistar espaço
nas rádios, nas prateleiras das lojas de discos e nas grandes salas de espectáculos pelo mundo fora. Nos
últimos anos, têm-se assistido a uma proliferação de novos artistas, muitos dos quais fortemente
inspirados pelos grandes artistas do passado, os quais não dispunham de meios adequados para a
divulgação do seu trabalho como existem hoje. Como tal, é fundamental ter uma maior percepção das
origens e redescobrir a genuinidade musical dos grandes valores das décadas mais ricas da cultura
africana.
Este trabalho celebra os anos de ouro da África Lusófona onde é feita uma retrospectiva dos anos 60, 70
e inícios de 80. Apresentando-se numa edição de luxo, com 4 CD e livro a cores em português e inglês,
ilustrado com fotografias, capas de discos e design contemporâneo. No livro podemos encontrar um
resumo da história e da geografia humana e territorial destes países.
Temos também informação sobre a música destes anos, expressa com entusiasmo e saudosismo de
personalidades que viveram a época, entre as quais encontram-se Firmino Pascoal, músico (Angola),
Jorge de Jesus Rodrigues, escritor (Angola), Virgílio Correia, promotor musical (Guiné, Cabo Verde e São
Tomé e Príncipe), Juca Delgado, produtor musical (Guiné Bissau), Samuel Yana Munguambe, professor
investigador (Moçambique).
As marcas deixadas pelas diversas guerras, contribuíram para a má conservação e até mesmo destruição
de muitas matrizes, foram igualmente pouco propícias para gravações discográficas.
Apesar da dificuldade de angariação de repertório para este projecto, conseguiu-se aqui reunir uma
boa mostragem dos grandes valores destas décadas. Os 4 discos estão ordenados por países;
estando o 1º dedicado a Angola, o 2º a Cabo Verde, o 3º a Guiné-Bissau e o 4º a Moçambique e
São Tomé e Príncipe.
A música dos PALOP é tão rica como variada. Aqui podemos escutar o semba e merengue de Angola, a
morna e a coladera de Cabo Verde, o gumbé da Guiné-Bissau, a marrabenta de Moçambique e o socopé
de São Tomé e Príncipe entre outros ritmos que continuam a encantar o mundo.