Dois casamentos, três funerais, dois reis. No rescaldo das profundas convulsões que abalaram o século XIX português, dois reinados de charneira e síntese se destacam. À sombra da Constituição, a Monarquia vai sobrevivendo. O rei é a entidade suprapartidária que mantém a coesão e o consenso entre as várias forças que se agitam no xadrez político. D. Pedro V e D. Luís I encarnam duas formas distintas de exercer esse poder moderador, a que não é estranha a personalidade do próprio rei. À volta destes soberanos geraram-se vários mitos que persistiram até hoje. Uma investigação realizada a partir de centenas de cartas, diários, anotações e reflexões, legadas à posteridade por estes monarcas, permitem à autora reescrever a história, arrancando as máscaras sob as quais fervilham tumultos inconfessáveis e as mais secretas paixões.