Nem sempre os pais são, na relação com os filhos, bem educados. Os pais fazem asneiras, têm birras, "amuam", são teimosos, mas são pais e, de forma mais ou menos equilibrada, vivem a culpabilidade por cada um dos seus actos, duma forma silenciosa (sobretudo) porque "pai é pai"... e os pais nunca se enganam!... Claro que as asneiras dos filhos têm muito a ver com as asneiras dos pais mas, como dizia um amigo meu, pegando numa ideia de um pediatra e psicanalista inglês chamado Winnicott - que, a propósito da relação empática entre a criança e a mãe, falava da necessidade duma "mãe suficientemente boa" - os pais perfeitos são..."suficientemente maus". No fundo, queria ele dizer que "o perfeito é inimigo do bom", ou seja, que os pais realmente bons são os que têm a coragem de ser como são, e que a coragem supõe que eles toleram a culpabilidade (e a dor que ela desperta).