Marco Aurélio, o último dos “cinco bons imperadores” de Roma, é a única grande figura da Antiguidade que ainda nos toca, quase dois mil anos após a sua morte. Podemos entusiasmar-nos com os feitos de Alexandre o Grande, de Aníbal ou de Júlio César, mas a única voz do mundo greco-romano que ainda parece assumir relevância na nossa contemporaneidade é a do homem que dirigiu o Império Romano entre 161 e 180 d. C. Seleccionado por Adriano para futuro imperador, Marco Aurélio foi educado por alguns dos maiores académicos do seu tempo. Escritas enquanto estava em campanha, entre 170 e 180, as suas Meditações são um guia para nos orientar na vida, conferem a perspectiva da espiritualidade aos ateus, a felicidade sem o Paraíso e a moralidade sem a religião, permanecendo um dos livros da Antiguidade mais lidos em todo o mundo. O reinado de Marco Aurélio prenunciou a inevitável queda do Império Romano, apesar de a sua vida ter representado o cumprimento do famoso ditame de Platão, segundo o qual a Humanidade só poderá prosperar quando os filósofos se tornarem dirigentes e os dirigentes filósofos. Marco Aurélio promete ser a biografia mais nítida e decisiva, até à data, de tão monumental figura histórica.