Esta história pode bem ter acontecido. Não o sabemos. Mas isso não lhe retira a extrema beleza nem a luz ou as trevas que dimana.
A escrita soube captar todos os matizes e sonoridades que espelham a inquietante precaridade em que assentam as nossas vidas.
A «marca do anjo», como foi intitulado o romance, intervém aqui, e não por acaso, como a metáfora da inocência, e também da paixão.
"No ano de 1957, quando as feridas de uma guerra ainda não sararam, num ambiente de eufórica prosperidade, Saffie, uma jovem alemã de 20 anos chega à Cidade-Luz.
De que foge? De que vem em busca?
Existe nela qualquer coisa de esfíngico que logo fascina Raphael, flautista talentoso, filho de boa burguesia, cujo património se estende até à Argélia. Justamente a Argélia! Desse encontro nasce o pequeno Emil.
Mas outro encontro ainda, o de Saffie e András, um judeu de origem húngara, fará acender um fogo verde nos olhos daquela enigmática mulher."
Este romance de uma escritora bilingue, nascida no Canadá, em 1999, e chegou a finalista para os Prix Goncourt e Governo general Award, do mesmo ano.