Num contexto em que os movimentos dedicados à Tradição detêm uma presença viva na sociedade e se encontram em forte expansão, Raymond Bernard dedica-se também, e de modo incansável, à Tradição, cumprindo aquilo que marcaria toda a sua vida: servir. Primeiro, exerce funções de importância e responsabilidade extremas no seio da AMORC, Antiga e Mística Ordem Rosacruz, depois, cria o CIRCES e a OSTI, nos quais assume tarefas igualmente importantes.
A par das suas actividades no seio destes movimentos, Raymond Bernard escreve algumas obras (o total de exemplares publicados, em várias línguas, ultrapassa os 300 mil!), segundo ele, narrativas através das quais deseja fazer chegar ao maior número de pessoas o que os Mestres do Alto Conselho lhe haviam transmitido. Dos encontros secretos com estes resultam, então, várias obras, das quais são de destacar Encontro Secreto em Roma, Encontros com o Insólito e a presente obra: As Mansões Secretas da Rosa-Cruz. Nesta última, são-nos relatados encontros que têm lugar em diversas cidades europeias – Amesterdão, Viena, Lisboa e Madrid –, mais especificamente nas Mansões Secretas que tais Mestres habitam, nos quais valiosas e sublimes mensagens são transmitidas. Tais encontros culminam com a Grande Vigília, também esta vivida em Lisboa, reflexo e testemunho humano da vivência sagrada e inefável do Absoluto.
Neste percurso, constatamos a humildade das palavras, a simplicidade perante um tal privilégio vivido e a sabedoria de como transmitir e partilhar os ensinamentos elevados, dos Mestres conhecidos: fazer chegar a outrem o que poderá ser a resposta procurada e tão ansiada. Servir…
Maha dizia: «A verdade saberá chegar ao coração daquele que a espera!» Que ela vá, pois, em direcção àqueles que podem recebê-la e inclui-la na demanda sublime do «Conhece-te a ti mesmo». As sementes voam ao vento da busca santa do reino interior e o solo preparado vê-las-á frutificar numa abundante colheita.