Setembro de 1975: Luanda, a capital de Angola, está cercada.
Gigantescos caixotes de madeira, cheios com todos os bens móveis imagináveis, amontoam-se nas docas. Os portugueses e os seus haveres estão de partida, abandonando a cidade de Luanda a filas e filas de carros muito bem estacionados, a matilhas de cães de luxo tornados vadios – a um vazio e desolação crescentes.
Ryszard Kapuscinski visitou Angola para fazer a cobertura da última fase da luta que pôs fim a quatrocentos anos de domínio colonial português. Viajando pelo campo, deparou-se com uma guerra bizarra e mortífera dentro da guerra pela independência nacional. Três exércitos de guerrilha maltrapilhos estão envolvidos numa batalha sangrenta para decidir quem governará o país libertado – um jogo brutal, em que os jogadores mal se distinguem uns dos outros.
«Guerrilheiros, refugiados, espiões e o repórter solitário a quem se acabara o dinheiro para a comida semanas antes, ligado ao mundo exterior por uma linha de telex vulnerável. Kapuscinski está no meio dos acontecimentos. Vai à linha da frente, desloca-se de avião a guarnições isoladas, atravessa de camião centenas de quilómetros de mato hostil… consegue captar o anedótico, o gesto, a frase, o universal, expresso através o particular.»
SUNDAY TIMES
«O livro parece mais enformado pelo olhar do romancista do que do jornalista. Poderia ser de um Graham Greene ou de um V. S. Naipaul... fragmentário, anedótico e impressionista. Este olhar idiossincrático e a forma lacónica e cândida como regista as suas observações são o que torna "Mais um Dia de Vida tão memorável".»
NEW YORK TIMES BOOK REVIEW