"Sigo, pois, a caminhada de João Garcia, reconhecendo em cada os passos relatados a marca de um solitário que, aos poucos, se vai despojando de tudo o que é supérfluo - até mesmo da lanterna que lhe fará tanta falta na descida, das luvas exteriores que lhe custarão alguns dedos das mãos, ou da própria lucidez, que lhe custará a tragédia do regresso - até que nada mais reste do que a obstinação de quem, tendo esperado tão longamente por aquele momento, sabe agora, com o cume à vista, com o mundo inteiro a seus pés, que não regresso nem arrependimento. Apenas aquela subida até ao cimo, até ao limite - seja ele onde for." Prefácio de Miguel Sousa Tavares