Fenómeno associativo singular, a maçonaria, na sua expressão mais ancestral - as lojas operativas - surge, sobretudo de construtores (arquitectos, canteiros e pedreiros) da Europa medieval, mas é a partir do século XVIII que, com o novo modelo de lojas especulativas - cujo papel nas revoluções liberais foi fundamental -, começa a desfrutar de grande reconhecimento social e político. Com efeito, devido à capacidade de antecipar as mais significativas transformações sociais e políticas, a Maçonaria soube, através das suas diferentes Obediências Ritos, enraizar-se tão profundamente na vida das sociedades que conseguiu atrair um extraordinário número de seguimento tanto na Europa como na América: intelectuais, artistas, cientistas e políticos das mais diversas nacionalidades e convicções, inclusive religiosas. A tradição e a lenda têm transmitido ao longo dos tempos a ideia de que as Lojas maçónicas sempre operaram de forma oculta e clandestina, afim de resguardar as suas actividades do olhar dos "profanos", e por isso as suas cerimónias, em especial a da "iniciação", continuam a ser objecto de análise e controvérsia. Este livro, escrito com raras imparcialidade e amplitude histórica, pretende abordar as práticas que essas associções de "homens livres e de bons costumes" têm vindo a desenvolver ao longo dos séculos, penetrando, tanto quanto possível, o seu significado simbólico.