Um tipo jovem, ainda nos bancos da universidade, escreve um romance que é um best-seller e torna-se de repente rico e famoso, para, pouco depois, ver o seu insuportável pai reduzido a um saco de cinzas numa casa-forte, precisamente num momento em que sua celebridade se começa a afogar num mar de degradação e de abuso de drogas.
Dez anos mais tarde, o mesmo tipo tem uma segunda oportunidade, vivendo com a mulher e os filhos num ambiente de sobriedade suburbana; numa questão de poucos dias, porém, a sua vida nova desfaz-se completamente e torna-se irreconhecível.
Numa fatídica festa de Halloween, ele vê passar uma perturbadora personagem (de ficção) ao volante de um carro idêntico ao do seu falecido pai, a boneca da sua enteada de repente começa «a funcionar mal» e a sua casa sofre transformações bizarras quer dentro quer fora. Ligando estas aberrações a acontecimentos mais graves - uma série de grotescos assassinatos, que parecem não ter sido cometidos ao acaso, e uma epidemia de desaparecimentos de rapazes da idade do seu filho - , Ellis luta para defender a sua família dessas crescentes ameaças, enquanto a sua mulher, os seus terapeutas e a polícia insistem em que as suas apreensões são provocadas, na realidade, pelo abuso das drogas e pela egomania.
Lunar Park, o último romance de Bret Easton Ellis, vai de surpresa em surpresa, misturando a comédia com um horror em crescendo (quer psicológico quer sobrenatural), numa espantosa reflexão sobre o amor e a perda, os pais e os filhos, naquele que é, sem dúvida, o livro mais tocante e mais original de uma extraordinária carreira.
Vinte anos depois da sua estreia, aos vinte anos, Bret Easton Ellis confirma todas as qualidades que fizeram dele um dos nomes mais importantes da sua geração.