Se o “lugar” das utopias é a imaginação, parado-xalmente, aquilo que não tem lugar está irreme-diavelmente dependente dessa forma finita, porque humana, de representar as coisas fora e dentro de nós. Importa saber donde surge, no homem, essa vontade ou necessidade de imaginar outras formas de espaço e de tempo; outras maneiras de viver e até de morrer. Interrogar o lugar da utopia é assim revisitar a imaginação, individual e social, o que equivale a dizer que nos situamos na história e que é nela que a imaginação não cessa de nascer e operar.