“E o Grito perguntou à Espera por que esperava ela, se aguardava alguém, se tinha perdido alguma coisa e a esperava encontrar, por que se calava e ficava silenciosa, amargamente queda, impassivelmente ausente, como se o coração e os olhos lhe tivessem sido arrancados e a vida a tivesse deixado há muito, a ponto de não ter memória e os seus olhos serem um espaço vítreo, baço de neblina. A Espera olhou demoradamente o Grito e, cansada, encostou a cabeça ao seu ombro e soluçou convulsivamente até o Grito se calar e não ficar ali mais nada a não ser a dor dos dois.”