«Governa-se mais facilmente os homens com base nos seus vícios do que com base nas suas virtudes.» «Um bom político é aquele que consegue tirar benefícios de seus próprios erros.» «Os governos só cumprem as sua promessas se forem forçados a isso ou se pensam tirar dai algum proveito.» «Quer-se um maior carácter para administrar do que para fazer a guerra.» Napoleão não é apenas o heróico guerreiro que tem sido comparado com César e Alexandre, o próprio ícone da grandeza e da energia criadora. A sua imagem mais surpreendente e, para nós hoje, é também a menos conhecida. É a imagem de um Napoleão grande organizador e gestor, que imprime no exército e no estado uma mentalidade empresarial, o sábio motivador de homens, o inventor das técnicas de comunicação e do consenso de massas. O génio empírico que conhece como ninguém a psicologia dos homens e abre as carreiras ao mérito. Temos também um Napoleão que podia tudo porque queria tudo e sabia tudo. O bibliófilo e intendente de teatro que transforma a cultura em instrumento do bom governo. O politico sem preconceitos, que põe em prática as teorias de Maquiavel. O homem de Estado de vistas largas que chega a delinear os Estados Unidos da Europa. Mas é também o vencido que, em Santa Helena, constrói uma vitória que ninguém poderá jamais roubar-lhe, construindo a lenda romântica do mártir e do libertador dos povos, que fará sonhar gerações inteiras. É o retrato deste homem multifacetado, inventor da modernidade, que Ernesto Ferrero, com base numa vasta documentação, reconstrói, concentrando em seis capítulos o seu «sistema operativo». Um livro que interessará aos leitores que se interessam por questões históricas, mas também, e sobretudo, a todos aqueles que têm responsabilidades de decisão, públicas e privadas.