Teletrabalho, ou dou-me ao descanso? Este é o dilema diário de Adam, o novo Adão, o homem que passou a trabalhar em casa, porque o que ganhava não pagava o infantário dos miúdos. E esta tira é a bíblia de todos os que ainda vivem a ilusão de mandarem o patrão dar uma volta para começarem a trabalhar em casa. Pois, é que teletrabalho não é para qualquer um. Não é certamente para Adam, incapaz de consagrar ao trabalho mais horas do que à lida (deficiente) da casa, ao cuidado (ocasional) dos filhos, ao exercício (constante) do zapping e à saída (permanente) para experimentar as últimas lattes das cafetarias da Baixa. Mas que é que se há-de fazer? Cada um é como cada qual, e ninguém é como realmente. E há alguém que fica sempre a ganhar: as legiões crescentes de fãs do Adam espalhadas por todos os fusos horários, que vão divertir-se com mais este volume de aventuras e desventuras domésticas do seu anti-herói favorito.