Este livro celebra a união de duas cidades e duas culturas distantes; o Porto e Nagasaki. Mas celebra nelas mais do que o que elas são. Talvez todo o conhecimento seja como o diálogo entre o Porto e Nagasaki. Talvez todo o conhecimento seja esta passagem do espanto da identidade para o espanto maior da correspondência entre as coisas. Deve-se pois ver assim neste livro um certo intuito religioso. Por isso se chama breviário: cada poema é uma oração, uma orasho (pois «orasho» era o nome que tomaram as orações ensinadas pelos missionários jesuítas no Japão). E de cada poema se espera que quem os lê veja a luz que nele se guardou, condensada.