Imagine-se então o ambiente que se vivia em Portugal naquele Verão de 1526. Foi uma autêntica explosão de cultura bíblica e fé messiânica, um renascer da crença na lei mosaica. Todo o mundo queria ver Reubeni e até padres cristãos faziam questão de o conhecer e beijar-lhe a mão. A ponto de deixar o próprio rei enciumado e levá-lo a pedir a Reubeni que não permitisse tal beija-mão. E não deixa de ser estranho que, num país onde a religião de Moisés se encontrava proibida e de onde a própria língua hebraica fora banida, na Corte de Reubeni se juntasse também o rabi Abraão de Safim e ambos, com outros mais sequazes e seguidores se metessem em celebrações festivas e práticas de judaísmo, certamente com o conhecimento e a tolerância do próprio rei D. João III que, entretanto, diligenciava com o papa a criação do tribunal do Santo Ofício.