Quando em 1966 José-Augusto França pergunta por carta a Jorge de Sena se ele «– Soube da morte (coração) do DelfimSantos, em Setembro?», o autor dos Sinais de Fogo respondeu: «– Soube, sim, damorte do Delfim Santos. Mais outro que morre de frustração portuguesa». Certamenteevocava o Poeta o amor tão pouco retribuído dele próprio e de Delfim à cultura,ao pensamento e às letras portuguesas – um e outro aguardam ainda oreconhecimento que lhes é devido, entre tantos motivos, pelo seu pioneirismo,pela sua ousadia, pela sua frontalidade e sobretudo por essa tão fértil atitudede exemplar inconformismo e perdurável esperança, sempre iludida e sempreforçosamente adiada, num Portugal que pudesse ser realmente digno dos seusescritores e pensadores.