Jaime Nogueira Pinto descobriu África nas gravuras dos exploradores portugueses do séc. XIX, quando a chuva o confinava a casa e o sótão ficava por sua conta. Das histórias que lhe chegavam nos quadradinhos do Mosquito e do Cavaleiro Andante e dos heróis e vilões d’ As Minas de Salomão ficou-lhe uma África romântica, cenário de viagens e de aventuras. Quando em 1974 aterrou em Angola, encontrou uma outra África: mais real, mas não menos apaixonante. A partir daí, na pele de actor, espectador ou figurante, viveu intrigas e momentos decisivos: do caos dos últimos dias do império ao fim das guerras civis de Moçambique e de Angola. Conheceu guerrilheiros e governantes, líderes da oposição e presidentes, combatentes e negociadores: Savimbi, João de Matos, Chissano, Dhlakama, Ansumane Mané, Durão Barroso, Jaime Gama e os «senhores África» norte-americanos Chester Crocker e Walter Kansteiner