Edward Stourton revela-nos uma vida notável que se cruzou com as grandes correntes da História do século XX e resgata a extraordinária figura de Karol Wojtyla dos mitos como da detracção de que foi alvo ao longo do seu pontificado. João Paulo II viveu a guerra, sofreu a ocupação nazi e viu a sua bem-amada Polónia ser subjugada pelo regime estalinista.
Karol Wojtyla era um entusiasta, dotado de uma visão e determinação únicas, por vezes obstinado, por vezes mau avaliador dos colaboradores. Acima de tudo foi um homem de paradoxos: um intelectual de relevo que acreditava em cultos ancestrais, moralmente conservador e, por vezes, socialmente radical, um campeão da liberdade que calou os dissidentes da Igreja, o mais moderno dos papas na forma como transmitiu a sua mensagem e o mais tradicional quanto aos seu princípios.
O teatro foi a sua paixão e uma ferramenta que soube usar ao longo da vida, o desporto e a vida ao ar livre um gosto de que o papado o afastou. É a personalidade ímpar e profundamente humana que emerge destas páginas.
João Paulo II foi uma celebridade mundial vista por mais pessoas do que qualquer outro ser humano antes dele, um homem capaz de tocar e comover até os mais cépticos, capaz de gerar vastas ondas de protesto com a sua intransigência e o rigor dos seus princípios.
A História moldou-o e explica muito do modo como governou a Igreja e o seu carácter ímpar moldou a História, desempenhando um papel central no colapso do Comunismo e deixando uma marca tão poderosa na Igreja que todo o debate moderno sobre o Catolicismo regressa ao seu legado.