"Se Jesus não tivesse existido, como seria hoje o nosso mundo?
Como teria sido a arte, a música, todo o nosso sistema de pensamento?
Mas que sabemos acerca do homem chamado Jesus?
Que sabemos desse homem de carne e osso, vida e sentimentos?
Juan Arias segue as suas pegadas, tão ténues historicamente - que quase invisíveis -, como aquele poema que Jesus escreveu sobre o pó das lajes do templo e que talvez só a mulher adúltera leu.
O livro de Arias é feito mais de perguntas do que respostas, já que interrogar-se é próprio da natureza do homem, feita de sombras, luz e tempo.
As respostas são muito poucas. Mas quando pronunciamos o nome de Jesus, de que Jesus estaremos a falar?
Do judeu de Nazaré, rodeado pelos marginais do seu tempo? Do judeu que ousou desafiar o Sábado, a família e o templo?
Do judeu que se atreveu a refazer Deus?
Daquele que não tinha medo de ser humano, de expressar os seus sentimentos, de tocar e de ser tocado, de ouvir a voz das mulheres?
De que Jesus estaremos a falar? Do filho de Deus em nome do qual o mundo se tingiu de sangue? Saberemos na verdade de que Jesus estaremos a falar? Quem era Jesus, esse grande desconhecido?
O autor insinua, não sem acerto, que talvez seja essa utopia que todos temos dentro de nós e que por isso entra vivo e controverso na aventura do terceiro milénio...
Concordemos ou não, a discussão vale a pena."
Juan Arias retracta aqui a figura humana de Jesus de Nazaré como personagem histórica que transcende as representações cristãs e que mesmo os seus mais fiéis seguidores desconhecem.
Este não é um livro religioso.
É sobretudo uma investigação rigorosa e acessível, onde o estilo jornalístico se mistura com a erudição para expor as questões e contradições que rodeiam a figura de Jesus, a sua personalidade, a sua vida e a sua obra.