Isabel e as Àguas do Diabo não é legitimamente classificável como um romance erótico.
Escrito aos vinte e dois anos de idade, aqui tomam pela primeira vez forma, alguns dos temas que virão a constituir a base recorrente da obra de Mircea Eliade: o modo como o profano sobrevive no interior do sobrenatural, a presença do sagrado nos gestos e nos afectos do quotidiano.
E, no entanto, alguns elementos inesperados vêm dar uma tonalidade inquietante e ousada a este romance, originalmente publicado em 1930: o protagonista é um jovem escultor europeu que parte para a Ìndia e vive em Calcutá, onde é hóspede de uma pensão familiar, e onde prima pelas suas atitudes perversas.
A revista Le Nouvel Observateur chamou a este romance «uma pequena pérola sulfurosa».
Este romance faz do célebre Valmont de "As Ligações Perigosas" um rústico desajeitado.