Poucas ideias terão tido, na história recente africana, a força persuasória própria da integração económica regional. Em torno dela se têm congregado políticos e economistas de todos os quadrantes, investidores e "opinion-makers" das mais diversas origens - todos aqueles, enfim, que de um modo ou outro. decidem dos destinos africanos. Porque na matéria vieram a convergir o discurso político africano e a boa-vontade da comunidade internacionai, o Continente é hoje povoado por mais de duas centenas de organizações regionais de cooperação. Os. resultados destas experiências foram, as mais das vezes, insatisfatórios. E no entanto, os últimos anos têm testemunhado um amplo movimento de reforma e ala amento das organizações regionais já existentes.
Dir-se-á que, neste último movimento, se adivinham já as sementes de vícios passados. Ou que, no contexto da liberalização global deste final de século, associações de natureza "defensiva" não constituem já alternativa de desenvolvimento para o continente africano. Talvez assim seja. Talvez, em sentido precisamente contrário ao das aparências, este seja um tema em vias de exaustão. Mas dizê-lo requer conhecimento -de causa. E por is so se vêm divulgar os textosbase das principais iniciativas de que os países africanos de expressão portuguesa tomam parte.