Este primeiro romance de Marguerite Duras gira em torno de personagens que encontramos noutros romances da autora. Lê-lo é regressar a um universo que já nos é familiar. A relação mãe/irmão mais velho alimenta este texto e vários outros; os mecanismos dessa relação são, como noutros romances, impiedosamente desmontados.
Por outro lado, a personagem de Maud reaparecerá também noutros romances, e não só naqueles aparentemente mais autobiográficos como O Amante, por exemplo. De facto, Maud é uma personagem que contém já traços de Lol V. Stein – uma mulher que é vítima de uma «armadilha» que a transcende, uma mulher ignorante de si mesma.
Em Os Insolentes, são muito fortes ainda as influências de um certo psicologismo; há uma vontade de tudo esclarecer, de “dar” tudo ao leitor; há mesmo uma certa candura no tratamento narrativo ou no tratamento psicológico das personagens.
O universo de Duras está todo nesta obra onde se assiste ao nascimento de uma voz que, já no início dos anos 40, era francamente invulgar.