Do seu fascínio por uma mulher de carne e osso, a cantora e actriz Ingrid Caven, Jean-Jacques Schuhl pôde realizar um romance que é também uma obra de paixão.
De paixão pela personagem, em primeiro lugar, como aliás confessou a Bernard Pivot, no programa Bouillon de Culture.
Mas também de paixão pelo cinema e pelo espectáculo, pela cultura alemã, pelas imensas e por vezes tenebrosas loucuras do século XX.
Ingrid Caven esteve presente na vida de muitos homens, de Yves Saint ? Laurent a R.W.Fassbinder, com quem aliás se casou e que deixaria, junto ao seu leito de morte, um misterioso manuscrito sobre ela.
O que este romance simultaneamente divertido, maravilhoso e patético nos oferece é a proximidade terrível da luz e das trevas, da glória e do horror, o retrato de uma mulher extraordinária que soube fazer face ao seu tempo e às circunstâncias e que, em cena, tinha o sangue-frio de um toureiro, a concentração de um monge budista e a fantasia vital de uma animadora de bordel.
O romance Ingrid Caven foi galardoado com o Goncourt ( do ano 2000 ), o mais prestigiado prémio da literatura francesa.