No dia 1 de Dezembro de 1640, o grupo de Os Conjurados invadiu o palácio da Duquesa de Mântua, prendendo a prima de Filipe IV de Espanha e regente de Portugal. Ao seu secretário, Miguel de Vasconcelos, coube-lhe outro destino: foi atirado pela janela do Paço Real. Apoiados pelas gentes mais humildes, este grupo de fidalgos aclamou o duque de Bragança, D. João IV, como rei de Portugal. Terminavam assim 60 anos de domínio espanhol e mudava-se radicalmente o panorama político da Europa. Para Rafael Valladares, historiador espanhol especialista nesta época, o reaparecimento de Portugal como país independente foi um dos acontecimentos mais marcantes da história da Europa do século XVII. Mais do que a cisão entre Portugal e Espanha, tratou-se de uma divisão traumática de dois grandes impérios espalhados pelos quatro continentes. Em poucos anos e sob a ameaça de sucessivas invasões travadas em importantes batalhas, o novo regime liderado pela força de D. João IV teve de construir um sistema de Governo, uma nova ordem fiscal e administrativa e um aparato defensivo que, paradoxalmente, recordava o autoritário regime dos Aústrias. O tratado de paz entre os dois países foi finalmente assinado em 1668.