O Tejo, rio de múltiplas viagens, reais e míticas, serve de inspiração à autora que, deambulando pelas suas margens faz um percurso poético, captando o ritmo colorido e cheio de vida deste rio e, numa sinestesia cromática, sonora e olfactiva faz um convite à viagem, que para a poeta será uma viagem iniciática e que constitui a primeira parte do livro.
Na segunda parte há a busca de um porto de abrigo, local de meditação e de recordações, paragem necessária para a memória dos afectos e aos locais da infância e da adolescência.
A diversidade dos textos que constituem a terceira parte, justifica o seu título, “Variantes”, e a poesia está sempre patente, mesmo nos textos em prosa. Poesia como desassossego, como inquietude, como questionamento no próprio acto de criação literária.
Nestas incursões pela Poesia e pela Arte terá a poeta, na sua viagem iniciática, chegado a Ítaca? Ainda não, o percurso é longo e o que ela vai contemplando, sentindo e registando na sua escrita leva-la-à a partilhar com os leitores as suas emoções e reflexões sobre si própria e sobre o mundo, um mundo tão contraditoriamente fascinante e desumano; para o descrever é difícil encontrar a palavra certa e a linguagem adequada, porém, na sua busca inacabada, a autora consegue neste livro encontrar essa linguagem, tendo como instrumento a palavra poética.