A igreja de Nossa Senhora dos Prazeres em Beja, cuja construção remonta a 1672, é um dos mais notáveis testemunhos da linguagem artística a que se convencionou chamar de Arte Total do Barroco português. Trata-se de um notabilíssimo monumento, restaurado entre 2001 e 2004 pelo então IPPAR, cuja valia assume expressão internacional, constituindo um conjunto primoroso da melhor e mais moderna arte produzida no Portugal do tempo de D. Pedro II.
O observador desprevenido não esperaria encontrar numa igrejinha de Beja, aliás modesta no seu prospecto de arquitectura, um tão rico espaço de obras da melhor arte barroca do século XVII, o que só por si justifica uma visita demorada. Acresce que o espaço guarda, também, as pinturas sobre tela, que são de Bernardes e de seu pai Pedro Figueira, bem como a luxuriante obra de talha dourada, que pertence a dois mestres entalhadores ao tempo famosos, Francisco da Silva e Manuel João da Fonseca, e as peças de imaginária estofada e policromada e, enfim, os azulejos do silhar, que são de Gabriel del Barco.