Este livro, uma continuação da aclamada obra A Invenção de África, de V. Y. Mudimbe, traça a “ideia” de África em função de diversos contextos históricos e geográficos desde a antiguidade Grega até ao presente.
Mudimbe centra-se em dois aspetos principais: a tematização greco-romana do outro e a sua articulação em conceitos como a barbárie e a selvajaria e o processo complexo que moldou a ideia de África, tal como os europeus a entendem. África é descrita como um paradigma da diferença no considerável espaço intelectual abrangido. Partindo de uma reflexão sobre a tradução francesa, datada do século XVII, da obra Ícones do grego Filóstrato, Mudimbe tece considerações sobre as ligações gregas ao continente africano, o paradigma grego e o seu poder, e a política da memória. Em capítulos específicos, é efetuada uma crítica à recuperação dos textos gregos por parte de académicos negros e uma análise da catividade contemporânea na arte africana. Trata-se de uma obra fundamental para todos aqueles que se interessam pela construção e transformação de culturas.