Imagine-se Portugal visitado por marcianos. Que pensariam eles de nós, disto, que já no século passado Eça definia como não sendo um país, mas «um sítio, aliás muito mal frequentado»?
Vinte e cinco anos após a primeira edição, só a citação de Eça envelheceu um século neste resumo, pois Hotel Lusitano continua a retratar-nos por inteiro e, se algumas rugas de expressão tiver, só lhe dão mais charme: são do sorriso.
Os quartos terão agora televisão, haverá um terraço-bar na cobertura, como observa, no prefácio à presente edição, esse americano que quase poderia ser protagonista chamado Richard Zenith. Mas neste Hotel Lusitano, o primeiro romance de Rui Zink, continuamos em casa, ao espelho.