Os portugueses tinham fé, lei e rei. A fé amarrava-os a uma crença e a um ritual da vida e da morte, legitimava a perseguição civil e armada aos mouros e aos «luteros»; a lei e o rei integravam-nos na comunidade que se individualizara no território ocidental da Hispânia desde o século XII. Outro laço, fortíssimo, provinha da partilha de uma língua que se estruturava na fala e na escrita e gerava um tesouro, hoje quase escondido, de textos geográficos, antropológicos, literários, históricos, linguísticos e científicos.