Durante largo tempo, a África foi considerada um continente sem história. Em 1830, Hegel decretava que «A África não é uma parte histórica do mundo», e depois dele muitos foram os historiadores que, sacrificando mais ao preconceito do que à ciência, repetiram em vários tons a mesma ideia.
A obra de Ki-Zerbo, cujo volume I apresentamos, é o melhor desmentido à lenda da África continente sem história. Num trabalho de reconhecido rigor científico, que a crítica francesa saudou com o maior entusiasmo, o autor levou a cabo o trabalho ciclópico de trazer à luz as raízes históricas de todo um continente, na sua insuspeitada riqueza.
Partindo da pré-história, o presente volume acompanha a caminhada do homem africano até ao século XIX, desvendando aos olhos maravilhados do leitor sucessivos períodos de esplendor e decadência, com o surgir e o afundar de reinos e impérios, até aos primeiros contactos com os Europeus e às consequências que daí advieram para a evolução histórica da África Negra.
Joseph Ki-Zerbo é uma das personalidade africanas com maior prestígio nos meios cultos internacionais. Natural do Burkina Faso, diplomou-se em Paris pelo Institut d’Études Politiques em 1954 e conseguiu na Sorbona o grau de agrégé em História. Entre os muitos cargos que tem desempenhado, podem citar-se os de:
- Director-geral da Educação Nacional do Burkina Faso;
- Membro do conselho de administração do U. N. I. T. A. R. (Instituto das Nações Unidas para a Investigação e a Formação – O. N. U.);
- Membro do conselho de administração do Instituto Internacional para a Planificação da Educação (U. N. E. S. C. O.).