«De actos carnais, sangrentos e antinaturais,
De julgamentos acidentais, assassinatos casuais.»
Shakespeare (Hamlet, acto V)
As antigas sagas dos povos nórdicos narram a gesta de um príncipe viquingue que reinou na Jutlândia no tempo em que o infeliz Justiniano II («o do nariz cortado»), era imperador de Bizâncio. Amleth, ou Hamlet, cujo carácter Shakespeare moldou numa infinidade inventada de traços, dúvidas e filosofias, de ser ou não ser, e cuja loucura fingida comoveu gerações de espectadores de teatro, foi, afinal, uma figura de carne e osso.
James Branch Cabell, de quem Mark Twain afirmava ser um dos mais notáveis autores da nova geração, segue de perto as antigas crónicas medievais para iluminar e reviver a vida sanguinária, incestuosa, violenta e «verdadeira» do príncipe Hamlet, num dos romances históricos mais surpreendentes e extraordinários da literatura, aqui pela primeira vez traduzido em português.