O território continental português, apesar de pouco extenso, caracteriza-se por uma marcada diversidade de paisagens, mais ou menos humanizadas, nas quais se podem individualizar múltiplos tipos de habitats. Entende-se por habitat o local ou fracção do meio adequado para a vida de um dado animal, de uma determinada planta ou, ainda, de uma qualquer população ou comunidade biológica.
Esta diversidade é o resultado, por um lado, da ocorrência, em épocas geológicas passadas, de variações climáticas com abrangências parciais do território, de cujos efeitos são ainda perceptíveis vestígios, e por outro lado, em termos contemporâneos, é derivada da existência de uma acentuada variabilidade geológica, edáfica, climática, hidrológica, geomorfológica e biológica, modelada ainda por uma ancestral e intensa acção humana, exercida sobre o meio biofísico.
A caracterização de um dado habitat assenta num conjunto de propriedades intrínsecas, em número tão reduzido quanto possível, mas suficientes para o individualizar dos restantes tipos. Estas propriedades ou características podem ser de índole edáfica, geomorfológica e biológica, podendo ser atribuídas isoladamente ou de uma forma combinada entre si.
Dado que os seres biológicos e em particular as plantas dependem estreitamente das características edafo-climáticas do meio para se poderem instalar e manter, integrando assim um conjunto alargado de factores, as comunidades vegetais podem, por si só, constituir um modo de caracterizar um determinado habitat, visto que a sua presença representa um óptimo indicador indirecto dos factores físicos que as condicionam.
Na enumeração que se apresenta, que não pretende ser exaustiva, utilizam-se sempre que possível, as associações e as comunidades vegetais como definidoras dos diferentes tipos de habitats, os quais são agrupados de acordo com as suas afinidades ecológicas, estruturais e funcionais.