Pupilos do exército. Trabalhadores da construção civil. Pimpinha Jardim. Gás. Uma versão de CSI passada em Alfornelos. E tudo isto num único compêndio. Haverá melhor maneira de gastar o seu dinheiro?
Talvez haja. Mas não olhe para lá agora. Agora só aqui estamos nós, e mais ninguém, no mundo inteiro. Você e este livro. Acaricie-o suavemente. Oscule-o. Pegue-lhe ao colo. Dê-lhe palmadinhas suaves na lombada. Ouça-o arrotar. Leve-o para a caixa. Isso. Isso... para a caixa. Não pare em mais nenhum lado. Você não precisa de mais nada.
Cuidado! Vamos passar agora pela prateleira do Paulo Coelho. Não olhe. Ele vai querer que olhe, mas não olhe. O último do Dan Brown está ali mais adiante. Não vale a pena ler, eu digo-lhe como acaba: ele resolve o mistério. Satisfeito?
Agora vamos passar pela secção das torradeiras. O quê?! Você não vai... Você vai trocar-me por uma torradeira miserável? Volte aqui! Volte aqui! Você não precisa de... Ora bolas!
(Já agora: esta é a sequela definitiva do livro galardoado com o prémio de Melhor Álbum Nacional de Tira ou Prancha Cómica / Cartoon / Caricatura 2006 da Central Comics. Este é O Padrinho II dos livros com rabiscos parvos. E é do mesmo autor a quem uma idosa perguntou num supermercado se tinha tostas embaladas.)
O AUTOR
Há vida em Markl, Nuno Markl, desde 1971. É sócio das Produções Fictícias, onde foi co-autor de programas como Herman Enciclopédia, Paraíso Filmes ou O Programa da Maria. Fez durante sete anos a rubrica radiofónica O Homem Que Mordeu o Cão e todas as encarnações desta fora da rádio: os três livros, o espectáculo ao vivo, o programa de televisão. Interpretou a rubrica O Homem da Conspiração na SIC Radical. Escreveu o livro infantil Sebastião Regressa a Casa. Faz desde 2003 o "cartoon" semanal Há Vida em Markl, no suplemento Inimigo Público, do jornal Público, e desde 2004 a rubrica radiofónica com o mesmo nome, na Antena 3. Foi recentemente abordado num centro comercial por um homem que lhe perguntou "você ganha mais ou menos que o Mourinho?", depois de confessar que sempre achara que Markl era nome artístico. É também abordado, quase todos os dias, por várias pessoas que se dirigem a ele, chamando-lhe "ganda maluco". Preferia que o chamassem pelo nome, mas se não puder ser, tudo bem.
E não, não é nome artístico. É mesmo assim.