Em 1762 Portugal foi envolvido naquela que viria a ser chamada de Guerra dos Sete Anos, que durava na Europa desde 1757. Os contemporâneos designaram a parte do conflito que aconteceu no nosso território, que a historiografia conhece com o nome de Guerra do Pacto de Família, como a Guerra Fantástica. Fantástica, porque, para além de alguns recontros e da queda de algumas praças, o que se viu foi uma sucessão de marchas e contramarchas; porque foi possível levantar em tempo muito curto uma força militar de algum valor; porque acabou por se conseguir a defesa do Reino contra forças muito superiores. A constituição e reconstrução do poder militar português durante o curto conflito deveu-se ao apoio empenhado e à colaboração muito estreita entre Sebastião José de Carvalho e Melo, conde de Oeiras na altura do conflito e futuro marquês de Pombal, e o Conde de Lippe, que enquanto Marechal-General do Exército Português realizou uma importante reorganização do Exército português nos anos seguintes ao fim da Guerra.