«O Estado é o senhor da guerra», dizia Grotius, e os realistas repetem ainda hoje esta verdade profunda e, a seu ver, incontornável. O Estado, segundo eles, continua a ser a última referência e árbitro da segurança. O domínio militar não deixou de ser uma coutada do Estado. Este «domínio reservado» ainda será defensável nos nossos dias, quando parece evidente que se esboroou o monopólio do Estado sobre a utilização da força? Em que medida as dimensões militares e não militares são ainda preocupantes e até que ponto conserva o Estado a sua razão de ser na organização das relações estratégicas internacionais? Tais questões levantam uma interrogação mais geral a propósito da pertinência efectiva de uma interpretação realista da segurança. Este livro constitui um manual de introdução aos estudos estratégicos. Nele o autor faz uma apresentação pedagógica crítica dos principais conceitos e correntes do pensamento e trata das questões da guerra e da paz, inseparáveis de toda a reflexão sobre o conjunto dos estudos estratégicos.