«Há muitos pontos de interrogação no caminho que a China trilhará no século xxi: será que o estatuto de superpotência se tornará realidade? Será que existe de facto um modelo? Será que esse modelo é exportável para outros países? Sejam quais forem as respostas a estas perguntas, uma coisa é certa: o futuro de um quinto da população mundial e as suas “opções” em matéria de direitos humanos e de democracia liberal terão, como em muitas outras áreas, consequências globais. O massacre de Tiananmen foi um momento incontornável nas relações da China com o mundo e fundamental para tornar visível a tensão entre aqueles que defendem a concepção dos direitos humanos apenas como direitos do cidadão e, enquanto tal, uma concessão ou um privilégio atribuído pelo estado, e os que consideram os direitos humanos como prévios e limitadores do poder do estado. Vinte e um anos depois, a China continua uma ditadura de pedra e cal, mas as brechas abertas pelo 4 de Junho na Grande Muralha não estão ainda remendadas. Para além da superfície, há toda uma história e todo um legado que vale a pena conhecer.»