A geopolítica do Mediterrâneo implica dezenas de nações; sejam as que o confinam, ou as que reconhecem a sua importância geostratégica. Mas os problemas em questão são vários e não podem ser reduzidos a uma mera oposição simplista entre Norte-Sul, nem a uma rivalidade entre cristandade laicizada e o Islão. Aliás, é no Mediterrâneo Ocidental que os contrastes económicos e sociais dos países banhados por ele são mais pronunciados, podendo estes contrastes, em parte, ser atribuídos ao domínio colonial. Na bacia oriental, pelo contrário, o contraste é muito menos marcante. Mas é ali que se desenrola a questão israelo-palestiniana.
Para compreender esta geopolítica, não nos podemos restringir apenas ao âmbito do Mediterrâneo. Os Estados Unidos, superpotência transatlântica, projectam o seu poderio para lá do Mediterrâneo, no Iraque, por exemplo, mas os conflitos longínquos ao Mediterrâneo têm repercussões nos países que bordejam o Mare Nostrum, nome que lhe atribuíram os Romanos.