Era uma noite triste. A chuva caía miúda nas ruas não pavimentadas de Bucareste, que serpenteavam, estreitas e lamacentas, por entre as casas pequenas e mal acabadas que constituem a maior parte da capital da Roménia. Quem se atrevesse a dar um passo em frente, dava por si em charcos de lama que o borrifavam com água pegajosa. Das tabernas e lojas, através das montras grandes e encardidas, filtrava-se uma luz baça, ainda mais enfraquecida pelas gotas de chuva que inundavam os vidros. De vez em quando, surgia uma janela com cortinas vermelhas, onde uma mulher exibia os seus encantos numa semi-escuridão…