O português de Moçambique está a emergir num contexto multilingue, onde a maior parte das línguas maternas dos falantes pertencem à família bantu, e em que nem sempre estão disponíveis amostras robustas do português europeu padrão, tomado oficialmente como norma de referência.A pesquisa apresentada neste livro põe a descoberto estratégias de aquisição de língua segunda desenvolvidas pela população moçambicana, mostrando que muitas das novas propriedades do português têm a sua origem na ambiguidade que apresentam as evidências geradas pela gramática do português europeu para aprendentes com línguas maternas bantu, a sua «teoria» provisória neste processo cognitivo.