Há aspectos da presença portuguesa em França, durante a Grande Guerra, entre 1917 e 1919, sobre os quais ainda paira uma cortina nebulosa por terem sido, com frequência, escamoteados pela historiografia recente desse período. A presente obra, ao relatar com grande rigor histórico o comportamento do general Tomás António Garcia Rosado, comandante do Corpo Expedicionário Português (CEP) depois do regresso a Portugal do general Tamagnini de Abreu e Silva, possibilita conhecer e compreender o que foi a vida dos soldados portugueses no período entre a batalha de La Lys e o seu completo repatriamento, durante o ano de 1919.
Embora monárquico, Garcia Rosado, com elevado sentido patriótico, aceitou, após 5 de Outubro de 1910, servir a República com dedicação e elevado zelo.
O leitor, percorrendo as páginas deste livro, assiste ao desenrolar de uma vida posta ao serviço de Portugal entre 19876, data em que o biografado assentou praça. e 1937, ano em que morreu. Serviu nas mais diferentes situações. Esteve, em combate, no Estado Português da Índia, no final do século XIX, desempenhou funções governativas em Moçambique e diplomático-militares na África do Sul e na Holanda. Já durante a ditadura, depois de 28 de Maio de 1926, foi embaixador de Portugal na Grã-Bretanha. As suas convicções políticas, embora profundas e arreigadas, nunca deram motivo para qualquer reparo por parte dos governos republicanos, porque, como é demonstrado nesta obra, soube sempre colocar acima dos seus interesses e até da sua vida privada os interesses de Portugal.