O pretexto para Perec jogar o seu perverso jogo com as palavras é uma colecção de qua-dros supostamente autênticos. Um dos seus temas preferidos, a colecção, é aqui tratado sob a forma de catálogo, minuciosamente descrito, onde o verdadeiro e o falso se misturam para nos confundir. Cada quadro é uma parcela da realidade (´real´ ou fictícia) e, no seu conjunto, por sua vez reproduzidos até ao infinito num único quadro, eles são talvez uma tentativa de representar a Totalidade - um pouco à maneira das peças de um puzzle. Jogo de espelhos algo inquietante, até porque certos pormenores não conferem...