No que diz respeito à guerra, o futuro está aí. Os novos instrumentos de combate e áreas de conflito que o desenvolvimento tecnológico exponencial dos últimos anos tem criado, embora mantendo muitos dos princípios que caracterizam a guerra já enunciados por Sun Tzu e Clausewitz, colocam em causa muitas das regras clássicas que nos habituámos a seguir. De todas as novas realidades e contextos que marcam os combates actuais e se desenvolverão na forma como marcarão os combates do futuro, destaca-se o ciberespaço com toda a panóplia de consequências que o distinguem, entre elas o facto de todas as guerras serem potencialmente globais. Mas já surgem desenvolvimentos no sentido de lhe serem conferidas novidades surpreendentes, como o regresso da regionalização no domínio da informação/ /comunicação, o que implicará uma revolução no enqua-dramento geopolítico mundial, e a intensificação, não se sabe até que limite, das capacidades neuropotencia-doras da digitalização, que poderá conduzir à ligação homem-máquina e a guerras em que as unidades de combate sejam verdadeiros supercomputadores, de que os cérebros humanos participarão.