Importado de Inglaterra, o futebol foi apropriado pelos crioulos e imigrantes pobres nas margens do rio da Prata e do Rio de Janeiro, no início do século XX, passando de um mero jogo da elite a algo muito diferente: um exótico, fascinante e sensual espectáculo de virtuosos que jogavam “pelo puro prazer do corpo que se lança na proibida aventura da liberdade”.
Um jogo de paixões, que fazia desmaiar as senhoras da alta
sociedade do Rio e levava ao suicídio, em pleno campo, de
jogadores uruguaios caídos em desgraça.
Descendente dos rituais astecas, filho do tango, do samba
e da capoeira, da sombra da miséria e do sol dos sonhos de
glória: é a esse jogo de estilo latino, à sua tradição de
virtuosismo e aos seus cultores, em todo o mundo e ao
longo dos tempos, que Eduardo Galeano presta homenagem.
Textos curtos, incisivos e sábios, como passes para golo na grande área da memória.
Um golo perfeito, resgatado de uma longínqua tarde de domingo.
Inclui um prefácio de Manuel Jorge Marmelo.