«As cenas da vida angolana que Thomas e Sébastien recolheram neste livro estão, obviamente, muito marcadas por esses anos de fúria suicida que o país viveu, já no período final, e de maior cansaço, do conflito. Fragmentos de Angola é assim o testemunho importante de uma época que a maioria dos angolanos acredita ter deixado para trás (...) Fragmentos de Angola dá a ver Angola, e em particular Luanda, não apenas a quem nunca a viu, mas também a quem sempre lá viveu e que, de tanto a ter diante dos olhos, se tornou cego para inúmeras evidências. Para um angolano, é como encontrar o próprio rosto reflectido no olhar do outro - somos assim, constatamos, reconhecendo os nossos traços, infelizmente com mais defeitos do que virtudes. Livros assim podem ajudar-nos a ser melhores. Podem também ajudar os outros a ajudar-nos a nós. Vencida a guerra, é preciso agora continuar o combate, ainda mais difícil, pela democracia e desenvolvimento. Fragmentos de Angola é também uma maneira de apoiar esse combate.» José Eduardo Agualusa