O sol primaveril brilha em Linköping, no centro da Suécia, e aquece os poucos habitantes, ainda pálidos da escuridão de um inverno prolongado, que ousaram sair para tomar café nas esplanadas da cidade. Já há andorinhas a voar em círculos no céu e as bancas de flores já exibem tulipas coloridas. Uma mulher passeia com as duas filhas pela Praça Grande da cidade e dirige-se à caixa automática de um banco para levantar dinheiro. E, subitamente, há um som aterrador que atravessa a cidade e faz estremecer as construções mais sólidas e os corações mais endurecidos. Momentos depois, Malin chega à praça e a visão que a atinge dificilmente poderá ser apagada. Num manto de flores despedaçadas e ramos espalhados há vidros partidos, o sapato de uma criança, um pombo a debicar o que aparenta ser um pedaço de carne e, a pairar sobre este cenário de tragédia, um silêncio absolutamente ensurdecedor. Alvo de um atentado, Linköping nunca mais será a mesma.